segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

CIRO II, O GRANDE (559 - 530 a.C.) - PARTE III

A Conquista da Lídia e outras províncias

Na fronteira ocidental do império meda havia o reino da Lídia (imagem ao lado). Creso, rei da Lídia, era cunhado de Astíages, o rei meda deposto, havendo, portanto, uma aliança de casamento entre os dois reinos. Segundo Heródoto, Creso consultou o oráculo de Delfos sobre a oportunidade de atacar os persas, e o oráculo respondeu que se o fizesse, destruiria um grande império. Então, Creso atravessou o rio Hális enfrentado Ciro em Pteria não havendo vitória para nenhum dos dois lados. Creso retirou-se para passar a estação fria e aguardar reforços de seu aliado o Faraó Ahmés II do Egito e da cidade grega de Esparta. Ciro, mesmo estando em desvantagem numérica (3 x 1) , ante os reforços dos aliados de Creso, avançou nas terras da Lídia enfrentando-os os exércitos de Creso na Batalha de Thymbra (547 a.C.), onde os lídios e seus aliados foram derrotados pelos persas. Creso refugiou-se em Sardes e a cidade foi assediada pelos persas por 14 dias. Sardes caiu e Creso prestes a ser queimado na fogueira, teve a vida poupada por Ciro. O grande império que acabou sendo destruído, segundo o oráculo, era o do próprio Creso. Abaixo, ânfora grega retratando o Rei Creso a ponto de ser incinerado por ordem de Ciro.

Já a Crônica de Nabonido informa-nos que no verão de 547 a.C., Ciro "conquistou o país de Li[...]" e matou seu rei. Os símbolos cuneiformes que representam o reino conquistado parecem indicar a "Lídia". O problema é que contradiz amplamente Heródoto quanto à época da conquista de Sardes e à morte de Creso. Abaixo, moeda lídia do tempo de Creso (560 - 546 a.C.).
Os primeiros anos da conquista persa da Lídia foram tumultuosos. Pactias, lídio nomeado por Ciro como administrador do tesouro de Sardes, o qual deveria enviar para a Pérsia, arregimentou mercenários e liderou uma rebelião contra o governador persa Tabalo logo após a retirada de Ciro, e chegou a assediar a Sardes, mas a revolta foi suprimida pelo sátrapa Mazares. Pactias fugiu para a Jônia perseguido pelas tropas persas que conquistaram Magnésia e Priene. Mazares morreu pouco depois e Harpago, seu sucessor, liderou a conquista das cidades gregas da Ásia Menor, da Lícia, Cilícia e Fenícia retornando à Pérsia em 542 a.C. Abaixo, ilustração de Ciro, o Grande, comandando suas tropas.
Não existem relatos precisos das conquistas por Ciro das satrápias orientais do Império Persa. A inscrição de Behistun, do tempo do rei persa Dario I (521 a.C.), menciona como satrápias do Império os países de Drangiana, Ariana, Corásmia, Báctria, Sogdiana, Gandara, Satagídia e Aracósia. O povoado fortificado de Kurushkhata ("cidade de Ciro"), ou Cirópolis, em Sogdiana pode ser uma evidência de atividade Ciro na região. Os historiador romano Plínio (Historia Naturalis 6,92) informa que Ciro destruiu Capisa, no norte do Afeganistão, e Arriano, também romano, menciona tanto o seu ataque "na terra dos indianos" (aparentemente Gandara) e a subjugação do povo Ariaspas ao longo das fronteiras do sul do Drangiana (Anabasis Alexandri 6.24.3, 3.27.4, cf. Diodoro Síclulo, 17.81.1). Necessariamente essas terras já faziam parte do império de Ciro já que seu sucessor, Cambises II, voltou-se para conquistas no ocidente (Egito) e Dario, que não as conquistou, as herdou, portanto, quando assumiu o trono persa. Ciro as poderia ter herdado do reino medo, ou as conquistado após a anexação da Lídia. Segundo Heródoto (1.177-78) e o historiador babilônico Beroso, essa conquista dos territórios da Ásia Central ocorreu após a derrota da Lídia, em 547 a.C., mas antes que o avanço persa sobre "Assíria" (isto é, a Babilônia) em 539.
Arquivo: Persia-Cyrus2-World3.png
O Império de Ciro sobreposto às fronteiras dos países atuais

REFERÊNCIAS:
http://es.wikipedia.org/wiki/Ciro_II_el_Grande
http://www.iranica.com/newsite/index.isc?Article=http://www.iranica.com/newsite/articles/v6f5/v6f5a026.html
http://en.wikipedia.org/wiki/File:Persia-Cyrus2-World3.png

Nenhum comentário:

Postar um comentário