CAMBISES II (530 - 522 a.C.) - PARTE I

Introdução

Cambises II governou o Império Persa entre 530 e 522 a.C. Ele era o filho mais velho de Ciro, o Grande, e Cassandane (Heródoto, História 2,1; 3,2). Ao lado ilustração do século XVI retratando Cambises. A afirmação de Ctesias de que a mãe de Cambises foi Amytis, filha do rei meda Astíages não é confiável. Heródoto informa que havia uma tradição de que Cambises seria filho de Ciro com a princesa egípcia Nitetis, filha do faraó Apriés, talvez espalhada pelo próprio Cambises; mas o historiador grego rejeita tal relato. Na inscrição Behistun se afirma que Cambises teve um irmão chamado Bardiya "da mesma mãe e do mesmo pai". Casou-se com suas próprias irmãs Atossa e Roxane, assim como Faidime, filha do nobre persa Otanes (Heródoto 3.31, 32, 68). Na sequência de conquistas de Ciro no Oriente Médio e Ásia Central, Cambises expandiu o Império Persa conquistando o Egito e suas forças invadiram reinos da região da Núbia (localizados no que é hoje a República do Sudão) sem qualquer sucesso. Abaixo, ilustração da captura do Faraó Psamético III pelos soldados persas de Cambises II.Seu nome, o mesmo que o de seu avô, Cambises I, rei de Anshan de 580 a 559 a.C., nos chegou pelo latim Cambyses derivado do grego Καμβύσης oriundo de Kambujiya do persa antigo. Mas, a origem do nome parece ser elamita. Alguns o relacionam a Kamboja, antigo povo iraniano que vivia ao noroeste da Índia. Seu significado é desconhecido. O retrato do caráter de Cambises legado pelos autores clássicos é de um tirano terrível. Heródoto (3,89) alegou que os persas tinham Cambises como um déspota, sendo ainda meio louco, cruel e insolente. Mas esta avaliação reflete apenas a propaganda persa e egípcia contra Cambises. Uma visão mais ampla, indica que Cambises realmente gostava da aristocracia persa tribal por causa de sua tendência a centralizar o poder em suas próprias mãos; isso pode ter gerado ressentimentos, arbitrariedades e melindres. Os sacerdotes egípcios podem ter espalhado notícias falsas sobre ele porque ele reduziu o faturamento de seus templos. Mas tendo-se em conta o assassinato de Bardiya, seu próprio irmão, e a recepção do povo dada ao usurpador Gaumata, Cambises não deve ter sido popular entre seus coevos. Abaixo, ilustração de um nobre persa e dois soldados.

Cambises II aparece como personagem em várias obras de ficção. Suas características trágicas e despóticas como transmitidas pelos autores gregos fazem-no uma fonte de inspiração artística. O escritor inglês Thomas Preston dedicou-lhe uma peça (King Cambyses, a lamentable Tragedy, mixed full of pleasant mirth) provavelmente produzida na década de 1560. A tragédia de Elcana Settle, Cambyses, King of Persia foi produzida em 1667. Em 1929, Robert E. Howard, criador de Conan, o Bárbaro, publicou o poema Skulls and Dust sobre a morte de Cambises. Um romance de 2002 de Paul Sussman, The Lost Army of Cambyses (ao lado capa da edição em português), narra a história de expedições arqueológicas rivais à procura de restos de seu exército. O episódio de Cambises e o juiz Sisamnes narrado por Heródoto no qual o Rei persa mandou esfolar o dito juiz por corrupção e com sua pele revestiu o seu assento de magistrado sob o qual o filho de Sisamnes, seu substituto, iria julgar deixou marcas na pintura nas obras de Gerard David (1460-1523) e Dirck Vellert (1480 – 1547). Abaixo, O Julgamento de Cambises por Gerard David.

REFERÊNCIAS:
http://www.iranica.com/newsite/
http://es.wikipedia.org/wiki/Cambises_II
http://www.livius.org/caa-can/cambyses_ii/cambyses_ii2.html
http://www.harris-greenwell.com/HGS/FlayingFalseJustice