A Ascensão de Ciro II e sua Vitória sobre a Média
Embora seu pai Cambises I tenha morrido só em 551 a.C, Ciro já subira ao trono do reino de Anshan em 559. Ciro sucedeu seu pai como rei das tribos persas e estabeleceu sua residência em Pasárgada, no centro da tribo dos pasárgadas, ao qual o clã dos aquemênidas pertencia. Como seu pai, ele teve que se submeter ao rei da Média, Astíages, mas em 553 a.C. ele se rebelou contra a suserania meda. A revolta de ciro contra os medas nos chegou por várias fontes nem sempre concordes.
Os reinos do Oriente Médio em 600 a.C. |
De acordo com Heródoto (1.123-28), Harpago, parente de Astíages, organizou uma conspiração entre os nobres da Média e incitou a revolta de Ciro. Quando Astíages ouviu que Ciro estava se preparando para a guerra, ele enviou um mensageiro para chamá-lo à corte. A recusa de Ciro em obedecer o levou a duas grandes batalhas. Na primeira, conhecida como Batalha de Hyrba, Harpago, no comando do exército meda, desertou para Ciro, juntamente com a maioria de suas tropas. Astíages, em seguida, resolve invadir a Pérsia entrando pessoalmente no campo de batalha, conhecida como Batalha da Fronteira Persa, mas os medos foram derrotados e seu rei capturado. Abaixo, ilustração de Ciro em carruagem bélica no início de suas conquistas.
Segundo a versão de Nicolau de Damasco, oriunda dos textos de Ctesias, um cavalariço chamado Oibaras supostamente incitou Ciro a sublevar os persas contra a suserania meda. A primeira batalha durou dois dias e resultou em uma vitória completa para Astíages. A segunda, que teve lugar perto de Pasárgada, também durou dois dias, mas desta vez o exército de Ciro derrotou os medos e capturou seu acampamento. Astíages fugiu para Ecbátana, capital a Média, mas logo depois se rendeu. Ciro, então, ordenou a transferência do tesouro do palácio em Ecbátana para Pasárgada. Abaixo, as batalhas de Ciro contra a Média.
De acordo com Ctesias, Ciro executou Spitamas, marido da filha de Astíages, Amytis, e em seguida casou-se com ela, tornando-se assim o herdeiro legítimo ao trono meda (cf. Justino 6,16; Estrabão 15.3.8). Duas versões das circunstâncias da revolta de Ciro foram transmitidas por Xenofonte. Na Ciropedia (8.5.17-19), ele relatou que quem reinava na Média na ocasião não era Astíages, mas seu filho Ciaxares, cuja filha casou-se com Ciro, recebendo assim o reino meda como um dote. Uma década antes, porém, ele havia registrado na Anabasis (3.4.11) que os persas haviam conquistado Ecbátana pela força. É provável que Ciro tenha então adotado os títulos dos governantes da Média, por exemplo, o " grande rei, rei dos reis, rei das terras", e modelado sua corte nos padrões da corte da Média. Abaixo, ilustração de Ciro, o Grande, por Tim Newark.
A informação proveniente de fontes babilônicas apóia em linhas gerais a visão de Heródoto sobre esses eventos. De acordo com o Cilindro de Sippar (a Crônica de Nabonido), datado do terceiro ano (553 a.C.) do rei Nabonido da Babilônia, o deus Marduk suscitou "Kurash, rei do país Anshan" para se levantar contra os medos; "com um pequeno exército ele decisivamente derrotou as grandes tropas de Ummanmanda [os medos]. Ele capturou Ishtumegu [Astíages], rei de Ummanmanda e trouxe-o em cadeias para a sua terra”. Na crônica da Babilônia está registrado que Astíages avançou contra Ciro, "Rei de Anshan, para a conquistar (. . .) As tropas de Ishtumegu revoltaram-se contra ele e ele foi preso. Eles [o entregaram] para Kurash (. . . ) Kurash (avançou) contra a capital Agamtanu [Ecbátana]. Então Kurash transferiu os espólios de Ecbátana para Anshan. Abaixo o cilindro de Sippar que contém a célebre Crônica de Nabonido.
A data desta revolta é incerta. O cilindro de Sippar parece indicar 554-53 a.C. Pode ter havido uma longa série de hostilidades antes da vitória final de Ciro, o que explicaria a aparente disparidade nas datas derivadas dois documentos da Babilônia. Em síntese, a ascensão dos persas como potência internacional coincide com a revolta de Ciro contra o Império Meda ao qual derrotou, mas do qual incorporou muitos elementos culturais e políticos a seu emergente império. É notável a forma como muitas vezes que Heródoto menciona um general de origem meda nas campanhas de Ciro, incluindo Harpago. Ecbátana viria a ser a residência de verão dos reis persas. No entanto, pode se encontrar opiniões antipersas nas tradições antigas, provavelmente de origem meda, recolhidas pelo historiador grego Ctesias, e na inscrição de Behistun, se descreve rebeliões na Média em 521 a.C., cerca de oito anos após a morte de Ciro. Depois da vitória sobre os medos, os persas provavelmente ocuparam a Pártia e Hircânia e, possivelmente, a Armênia, países componentes do antigo reino da Média. Segundo Xenofonte (Ciropedia 1.1.4), os hircanianos aceitaram voluntariamente a soberania de Ciro. Quanto ao Elão, alguns estudiosos acham que foi conquistado antes da queda da Babilônia (539 a.C.) e outros, depois.
REFERÊNCIAS:
http://en.wikipedia.org/wiki/Cyrus_the_Great
http://es.wikipedia.org/wiki/Ciro_II_el_Grande
http://www.iranica.com/newsite/index.isc?Article=http://www.iranica.com/newsite/articles/v6f5/v6f5a026.html
http://arteshe-iran.blogspot.com/2009/01/siege-of-pasargadae-hill.html
http://cais-soas.com/CAIS/History/hakhamaneshian/xenophon/cyropaedia/cyropaedia_xenophon.htm
http://www.livius.org/ct-cz/cyrus_I/cyrus.html
http://cais-soas.com/CAIS/History/hakhamaneshian/xenophon/cyropaedia/cyropaedia_xenophon.htm
http://www.livius.org/ct-cz/cyrus_I/cyrus.html
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