A Batalha de Gaugamela
Após a conquista de Tiro, Alexandre submeteu toda a Palestina e conquistou o Egito (332 a.C.) onde foi saudado como libertador e proclamado faraó. Apesar de sua frutífera estada no Egito, o conquistador macedônio se preparava para seu objetivo principal: conquistar o Império Persa. Abaixo o ator Raz Degan interpretando o rei Dario III no filme Alexandre de Oliver Stone.
Dario tinha ainda alguns mercenários gregos para compor sua força de infantaria, mas ele decidiu melhorar o equipamento das suas forças nativas: recrutou os ferozes homens das tribos nômades da Bactriana e da Sogdiana. Sua cavalaria era muito superior e tinha dois elefantes (que o inimigo nunca tinha visto) e os temíveis carros-foice como os usados por Ciro, o Jovem, na batalha de Cunaxa (401 a.C.). Segundo os historiadores modernos Dario III conseguiu arregimentar cerca de 200.000 homens de infantaria e 40.000 na cavalaria. Além disso, desta vez ele estaria lutando em seu próprio terreno. Abaixo, ilustração de Alexandre Magno oferecendo sacrifícios antes de enfrentar Dario III na famosa batalha de Gaugamela.
Dario estava aguardando Alexandre na Mesopotâmia, ao noroeste da Babilônia, e esperava que o exército invasor sofresse prejuízos com a travessia do deserto e do rio Eufrates. Mas Alexandre, quer por acaso ou previamente avisado, viajou mais para o norte para evitar o calor extremo cruzando os rios Eufrates e Tigre. O Grande Rei mudou novamente suas tropas para um segundo campo de batalha; mas Alexandre de novo se desviou. Dario, assim, tinha que encontrar um terreno adequado a leste do rio Tigre, ele tomou posição perto da aldeia de Gaugamela, ao norte da cidade Arbela. A planície era grande o suficiente para a sua cavalaria, mas ele teve ainda que nivelar o terreno a fim de permitir a plena utilização dos carros bélicos. Abaixo, localização de Gaugamela.
Alexandre, que contava com um contingente de 40.000 homens de infantaria e 7.000 na cavalaria, subiu lentamente, permitindo aos seus homens descansar enquanto Dario e seu exército mantinham-se em alerta. Dario ofereceu nova proposta de acordo: ofereceu novamente o território ocidental do Império (do que Alexandre riu visto que já dominava esta parte), aumentou o resgate de sua família para 30.000 talentos e como garantia oferecia seu filho Oco como refém permanente. Alexandre, embora aconselhado por seus generais a aceitar a oferta, permaneceu firme no seu propósito de capturar Dario e por fim conquistar o Império Persa. Abaixo, cena do filme Alexandre (2004) que retrata o conquistador macedônio e seu exército numericamente inferior diante do multidão do exército de Dario III.Um ataque noturno dos disciplinados macedônios teria esmagado as forças persas. Dario, ciente disso, manteve os seus homens em armas durante toda a noite, enquanto Alexandre permitiu aos seus soldados descansar, depois atacaram ao amanhecer em 1º de outubro 331. As tropas persas excediam as greco-macedônicas em 5 x 1. Abaixo, outra cena de Alexandre: o gigantesco exército persa.Do lado persa destacava-se Besso, sátrapa da Bactriana e guerreiro notável, comandante da ala esquerda. Mas, como em Cunaxa, os carros-foice foram inúteis contra as forças disciplinadas, e, apesar de seu equipamento melhorado, Dario nada tinha para enfrentar à altura da terrível falange grega. Abaixo, ilustração de Castagne sobre os terríveis carros-foice do exército de DarioAlexandre manteve constantemente as alas esquerdas e direita do exército persa ocupadas o que fez que as tropas do centro do exército de Dario fosse arrastadas para a luta até que se abriu uma brecha na linha de defesa do rei. Alexandre avançou com sua companhia em direção a Dario. Besso, mal podendo manter sua ala, não teve como ajudar Dario. Percebendo que a batalha estava perdida, retirou-se com suas tropas bactrianas para salvar-se. A ala direita também sofria prejuízos; diante de tal situação e vendo que a falange macedônia vinha com toda força a sua frente, Dario bateu em retirada seguido pela ala direita. Alexandre continuou perseguindo a Dario até depois da meia-noite; mas o Grande Rei estava em boa vantagem e conseguiu evitar a captura. Porém, Alexandre conseguiu capturar o carro, o arco e a fortuna pessoal de Dario (4.000 talentos em moedas de ouro). O grande exército persa, formado por contingentes de vários povos, fora esmagado. Dario, em seguida, fugiu para Ecbátana, antiga capital da Média e atual Hamadan no Irã e tentava levantar um terceiro exército, enquanto Alexandre se volta para a Mesopotâmia para consolidar seus domínios.
Dario III e soldados persas |
O Império Persa perde suas capitais
Alexandre dirige-se para a Babilônia, capital de antigos impérios e considerada a "alma do Oriente". O governador da cidade, Mazeu, que chegara a lutar contra o Macedônio em Gaugamela, apresentou sua rendição. Era o testemunho de que os persas já começavam a aceitar que seu império estava mudando de senhor. Os babilônios, assim como fizeram com Ciro, o Grande, receberam Alexandre como seu libertador. Desde de Xerxes I (486 - 465 a.C.), que destruíra seus principais templos, os babilônios se ressentiam do governo persa. Abaixo, ilustração de Le Brun sobre a entrada triunfal de Alexandre na Babilônia.Após cinco semanas na Babilônia, os macedônios marcharam novamente (23 de novembro). Com a chegada de reforços, estava tudo pronto para o ataque final sobre as quatro capitais do Império Aquemênida: Susa, Persépolis, Pasárgada e Ecbatana. O exército chegou a Susa, capital administrativa do Império, em dezembro. O comandante da guarnição persa, Abulites , entregou a cidade e seus tesouros, sendo imediatamente reconduzido como sátrapa da região, que foi chamada Susiana pelos gregos e é mais conhecido por nós como Elam (ou Elão). Um tesouro de cerca de 50.000 talentos ficou a disposição de Alexandre. A maior parte desse tesouro era advinda dos saques que Xerxes I havia feito durante sua invasão à Grécia. Abaixo, ruínas do palácio de Susa.Após organizar a província, Alexandre e seus homens marcharam para Persépolis, capital nacional do Império Aquemênida. Persépolis abrigava o palácio real e o tesouro dos persas. Esta cidade não foi tomada facilmente como Babilônia e Susa: para conquistá-la os greco-macedônios tiveram atravessar uma estreita passagem nas montanhas conhecida como Portões da Pérsia. Aí encontraram forte resistência dos últimos efetivos do exército de Dario III liderados pelo sátrapa Ariobarzanes. Muitos persas foram massacrados. Ariobarzanes conseguiu escapar, mas quando chegou em Persépolis foi negada sua entrada na cidade. O comandante da guarnição da cidade já sabia do resultado da batalha e estava convencido de que Alexandre não poderia ser derrotado. O sátrapa provavelmente foi morto pelos macedônios. Alexandre entrou em Persépolis em um dos últimos dias de janeiro de 330. Muitos habitantes já haviam fugido e houve até alguns que se suicidaram. Ele designou um homem chamado Frasaortes como sucessor de Ariobarzanes. Em Persépolis Alexandre se apoderou do tesouro real (120.000 talentos) e permitiu a seus homens saquearem a cidade, o que não acontecera em Babilônia e Susa. Depois do saque, Alexandre ordenou que se incendiasse o palácio de Xerxes I, o coração da realeza aquemênida. Os historiadores apontam que a ordem de Alexandre visava, além da vingança contra o que os persas fizeram na Grécia, destruir o símbolo da realeza de Dario III e, consequentemente, assinalar o fim do Império Aquemênida. Abaixo, ruínas do palácio de Xerxes em Persépolis e sua reconstituição ilustrativa.
Quase ao mesmo tempo, foi capturada Pasárgada, a primeira capital aquemênida e centro religioso da Pérsia. Na cidade, Alexandre visitou o túmulo de Ciro, o Grande, fundador do Império Persa. A intenção era política: os reis aquemênidas eram coroados próximo ao túmulo de Ciro. Ele queria dizer assim que era o novo rei dos persas. Abaixo, ruínas do palácio de Pasárgada.
Os macedônios e gregos tinham alcançado o principal objetivo de sua cruzada: os persas foram punidos pela destruição de Atenas em 480/479 aC . Mas Alexandre queria mais: ser o novo Rei dos Reis do mundo oriental. Ele permaneceu em Persépolis por mais de quatro meses e buscou atrair a aristrocacia persa para o reconhecimento dele como o novo Grande Rei. Mas, isso só foi feito praticamente pelos nobres persas que já tinham sido nomeados por ele para altos cargos. Enquanto Dario III ainda estivesse vivo, Alexandre seria meramente um poderoso usurpador. O Macedônio teria que recomeçar sua caçada a Dario.
REFERÊNCIAS
http://www.iranica.com/newsite/
http://en.wikipedia.org/wiki/Dario_III_of_Persia
http://cais-soas.com
http://www.boisestate.edu/courses/westciv/alexander/09.shtml
http://www.alexanderstomb.com/main/index.html
http://www.livius.org/aj-al/alexander/alexander09.html
http://iranpoliticsclub.net/history/civilization-persia1/images/Persian%20Immortals%20Darius%20III,%20Spear%20Bearer,%20Immortal.jpg
http://www.iranica.com/newsite/
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http://cais-soas.com
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http://www.livius.org/aj-al/alexander/alexander09.html
http://iranpoliticsclub.net/history/civilization-persia1/images/Persian%20Immortals%20Darius%20III,%20Spear%20Bearer,%20Immortal.jpg
Agradeço. Escrevo despretensiosamente, mas fico feliz por ter agradado ou contribuído de alguma forma.
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