A Conquista do Egito
A guerra começou em 525 a.C., quando o faraó Ahmés II foi sucedido por seu filho Psamético III. Cambises tinham preparado o caminho para o seu exército através do deserto do Sinai com a ajuda de tribos árabes de Hedjaz, suas aliadas, que lhe prepararam reservatórios de água, tão essenciais para a travessia do deserto. Abaixo, a expansão do Império Persa: note-se a conquista de Cambises assinalada com pontos brancos num fundo preto.
A esperança de Ahmés II para afastar a ameaça persa ante as avassaladoras conquistas de Ciro era baseada em uma aliança com os gregos. Mas, para Psamético III essa esperança foi vã, pois as cidades cipriotas e o tirano Polícrates de Samos (que possuía uma frota poderosa) decidiram passar para o lado persa, como fizera Fanes de Halicarnasso, o comandante dos mercenários gregos no Egito, e ainda o egípcio Wedjahor-Resne de Sais, comandante da frota egípcia. Ao lado estátua associada a Wedjahor-Resne que fornece o nome de Cambises como faraó do Egito: Mesuti-Rá ("o filho de Rá"). Finalmente, na batalha decisiva de Pelúsio, os egípcios foram derrotados pelos persas. O historiador militar Polieno ( séulo II d.C.) em sua obra Strategemata narra relata que durante o assédio de Pelúsio, Cambises usou um inusitado estratagema para vencer a resistência desta cidade: como os gatos eram sagrados para os egípcios, o Rei persa ordenou aos seus soldados que os capturassem e os lançassem contra as muralhas da cidade. Ao ver que os felinos corriam perigo de morte, os habitantes renderam-se. O episódio foi imortalizado pelo pintor Paul-Maire Lenoir em 1872 na tela Le roi Cambyse au siege le Peluse, a qual abaixo se vê.
http://cais-soas.com/CAIS/virtual_museum/achaemenid/Sites/pasargadae.htm
http://www.heritageinstitute.com/zoroastrianism/achaemenian/cambyses.htm
Depois da queda de Pelúsio, os egípcios refugiaram-se em Mênfis que caiu depois. As cidades gregas de Cirene e Barca e os líbios apresentaram sua submissão ao rei persa. Psamético foi capturado e posteriormente executado depois de tentar uma rebelião. Segundo Heródoto, Cambises deu um tratamento terrível aos filhos e amigos de Psamético. Abaixo, ilustração proveniente de um selo persa do século VI a.C. retratando Cambises capturando Psamético III.
Parece que Cambises propagou a história de seria filho de Ciro com uma princesa egípcia para assim legitimar sua conquista. Cambises foi para a cidade de Sais para participar nas cerimônias religiosas no templo da deusa Neith; prostrou-se diante dela durante a cerimônia de coroação formal e ofereceu sacrifícios aos deuses egípcios. No entanto, ele data de seu domínio sobre o Egito não a partir do ano de sua conquista, mas a partir de 530 a.C. quando ele havia se tornado rei dos persas. Abaixo, as conquistas de Cambises II: o Egito, a Líbia e as cidades gregas de Cirene e Barca.
Parece que Cambises propagou a história de seria filho de Ciro com uma princesa egípcia para assim legitimar sua conquista. Cambises foi para a cidade de Sais para participar nas cerimônias religiosas no templo da deusa Neith; prostrou-se diante dela durante a cerimônia de coroação formal e ofereceu sacrifícios aos deuses egípcios. No entanto, ele data de seu domínio sobre o Egito não a partir do ano de sua conquista, mas a partir de 530 a.C. quando ele havia se tornado rei dos persas. Abaixo, as conquistas de Cambises II: o Egito, a Líbia e as cidades gregas de Cirene e Barca.
Inscrições egípcias da época indicam que Cambises adotou oficialmente os títulos ("rei do Alto e Baixo Egito" e "descendente dos deuses Ra, Horus, Osiris") e os costumes dos Faraós. Wedjahor-Resne auxíliou o rei persa na e comportar de modo a não ofender gravemente os egípcios. Autores clássicos por unanimidade descrevem o reinado de Cambises no Egito como um período de violência, depredação de templos, escárnio dos deuses e profanação de túmulos reais (Heródoto, 3,27-29; Estrabão, 17,1, 27, etc.). Em especial, alegam que Cambises esfaqueou Ápis, o touro sagrado egípcio. Segundo Jona Lendering, a cada soldado persa foi dado um escravo egípcio. Segundo o historiador, "isto pode ser ilustrado com um contrato proveniente da Babilônia: em 31 de dezembro 524, o soldado veterano Idin-Nabu vendeu sua escrava egípcia com seu bebê, que tinha três meses de idade. (A conclusão que Idin-Nabu vendeu seu próprio filho parece inevitável.)". Jâmblico, filósofo do século III d.C., informa que o célebre filósofo Pitágoras estaria entre esses escravos persas. Após viver 12 anos na Babilônia retornou a sua terra natal.
No entanto, nenhuma profanação de templos por Cambises é registrada nas fontes contemporâneas egípcias. Além disso, de acordo com o epitáfio oficial, um touro Ápis morreu em agosto de 525 a.C. e foi enterrado em um sarcófago de granito feito por ordem de Cambises. O touro sagrado que o sucedeu morreu quatro anos após a morte de Cambises, o que indica que o rei persa não o importunou. Textos legais e administrativos egípcios desde os primeiros anos de governo de Cambises confirmam que a conquista persa não fez nenhum dano significativo para a vida econômica do país. Na assim chamada Crônica Demótica, Cambises teria reduzido as enormes receitas em prata e em espécie que vinham sendo pagas para os templos do Egito pelos faraós. Apenas três templos principais foram autorizados a manter todos os seus privilégios.Abaixo, relevo retratando Cambises e Ápis, o boi sagrado egípcio.
Cambises esfaqueando Ápis |
Uma vez estabelecido no Egito, Cambises decidiu conquistar o resto da África. Ele enviou uma expedição contra os oásis de Amom em Siwa, a oeste da Tebaida, mas seu exército foi destruído em uma tempestade de areia (Heródoto, 3.26). Várias expedições foram enviadas para achar evidências desse exército perdido, mas sem sucesso conclusivo. Abaixo, ilustração do século XIX retratando a destruição do exército de Cambises.
Cambises planejou a conquista dos reinos núbios (ou Terra de Kush) de Napata e Meroe, localizados no atual Sudão, mas seu exército foi incapaz de atravessar o deserto da Núbia, sofrendo pesadas perdas que o forçou a se retirar. Parece, no entanto, ter estabelecido seu domínio sobre o norte da Núbia, além da primeira catarata do Nilo (Heródoto, 3,97). Em uma inscrição encontrada em Napata, atualmente localizada no Museu de Berlim, o rei da Núbia Nastesen descreve sua vitória sobre as tropas Kembasuden e a captura de seus navios, um personagem que tem sido identificado com Cambises. Abaixo, relevo de Persépolis retratando um núbio.
Enquanto o Rei estava na Núbia, os egípcios se revoltaram ao final de 524 a.C. Quando Cambises retornou à Mênfis reprimiu com grande severidade os revoltosos (Heródoto, 3.27). Cambises teve que desistir do seu projeto de conquistar Cartago devido à recusa dos marinheiros fenícios para atacar os seus compatriotas, sendo a frota fenícia essencial para atravessar o Mediterrâneo.
A Morte de Cambises II
Enquanto Cambises levava a cabo estas tentativas de expansão na África, o mago persa Gaumata fez-se passar pelo irmão assassinado de Cambises, Esmerdis. Desta forma Gaumata conseguiu o apoio do povo, após ditar várias medidas favoráveis (demagógicas), pelo que Cambises decidiu retornar à Pérsia e castigar ao usurpador. Contudo, morreu no caminho, em março de 521, talvez suicidando-se, ao constatar finalmente que não poderia vencer a revolta, tal como parece indicar Darío I na inscrição de Behistun que diz que ele “foi morto por sua própria morte”. A maioria dos estudiosos acredita que Cambises tenha morrido de causas naturais. Na Crônica Demótica egípcia diz apenas que ele morreu na viagem de volta à Pérsia. Heródoto e Ctesias afirmam, com menor credibilidade, que a sua morte se deu por um acidente. Heródoto (3.62, 66) relata que Cambises acidentalmente se esfaqueou na coxa quando estava montando o cavalo para marchar contra Esmerdis (isto é, Gaumata) e teve por castigo divino a tal ferida. Três semanas depois, Cambises morreu em um lugar chamado Agbatana na Síria (provavelmente moderno Hamag, ao sul de Alepo), sem deixar filhos (3.64). Flávio Josefo assinala que a sua morte se deu em Damasco (Antiguidades, XI 2. 2). Ctesias, por outro lado, relata que Cambises morreu em um acidente em casa, na Babilônia, algo dificilmente possível dadas as demais evidências. Em síntese, Cambises morreu (naturalmente, mais provável) quando se dirigia para a Pérsia para conter a usurpação de Gaumata. Seu corpo foi sepultado em Pasárgada. Sem herdeiros diretos de Cambises para reivindicar a coroa, o Falso-Esmerdis assumiu de vez o trono do Império Pérsia. Abaixo, tumba inacabada nas ruínas de Pasárgada identificada como de Cambises II.
Reconstrução gráfica do que seria o túmulo de Cambises II |
REFERÊNCIAS:
http://www.iranica.com/newsite/
http://es.wikipedia.org/wiki/Cambises_II
http://www.livius.org/caa-can/cambyses_ii/cambyses_ii2.html
karenswhimsy.com/persian-army.shtmhttp://cais-soas.com/CAIS/virtual_museum/achaemenid/Sites/pasargadae.htm
http://www.heritageinstitute.com/zoroastrianism/achaemenian/cambyses.htm
Muito bom artigo! E muito interessante a estratégia de Cambises para dominar o Egito. Seria engraçado se não fosse trágico
ResponderExcluirAMIGO. GOSTEI DO ARTIGO.
ResponderExcluirNão se você acredita ou não, mas existe um livro psicografado em que o próprio Cambises relata sua vida, ate como ele morreu.
livro Asas da liberdade.A estratégia dos gatos não é relatada por ele. foi luta mesmo.